quinta-feira, 30 de julho de 2009

De malas prontas







De malas prontas? Como assim de malas prontas? Pois é, estou de malas prontas pra embarcar amanhã para o Brasil. O vento soprou e mudaram os planos. Dentro de mim sensações múltiplas, sentimentos dúbios e confusos. Uma parte de mim está exultante, saltitante com o pensamento de reencontrar minhas filhinhas queridas, meu pai tão amado e toda minha linda família e amigos que são tão importantes pra mim. Outra parte de mim está triste com a sensaçao de que a meta não foi completamente cumprida, esta parte está ciente de que era necessário ficar mais tempo pr0 inglês desenvolver mais. Mas sem o din din, que é o motivo da minha volta, eu não posso concluir esta meta. Não agora. Não pintou mais trabalho, meu programa de estudos terminando, dai pensei bastante e vi que tinha que voltar e retomar minha vida no Brasil. Mas vou continuar estudando porque aqui consegui uma base muito boa e aprendi a gostar do inglês, o que pra mim já é um progresso gigante. Mas a história não acaba por aqui, vou voltar, pra cá ou pra outro País, e da próxima vez minha vida vai junto comigo (Ci e Bia).



Este último mês eu aproveitei pra ir nos lugares que ainda não tinha ido. No comecinho de julho fui pros EUA visitar a Karina, o Lê e o João, lindo da Tia Ana. Fui de busão e demorei 17 horas pra chegar em Decatur, que fica mais ou menos perto de Chicago, em Illinois. Foi uma experiência incrível viajar este tempão de busão, ir vendo as cidadezinhas, as pessoas, as paisagens. É claro, tudo isso com trilha sonora... rsrsrsr. Sempre! Tive que me virar no inglês e deu tudo certo, pimba!!! Mas topei com americano mau educado, na maior má vontade pra dar informação, mas também com pessoas simpáticas, com um sorriso sincero e bondoso. Sabe quando alguém sorri pra você sem motivo, tipo uma pessoa que você nunca viu? Nossa, isso é tão gostoso, principalmente quando você está tão longe da sua terra. Numa das baldiações da viagem eu estava na fila pra entrar no ônibus e uma senhorinha linda que chegou atras de mim me deu este sorriso, não trocamos uma só palavra, mas foi tão mágico! Aí fiquei viajando num monte de pensamentos, como que a gente perde tanto tempo e energia ficando com a cara fechada, né? O sentimento que a senhorinha despertou em mim foi tão gostoso, aí pensei quanta oportunidade a gente perde na vida de despertar este sentimento em outras pessoas, né?



Então, mas depois de 17 horas cheguei e encontrei o abraço delicioso do João que veio correndo ao meu encontro. Nossa, que delícia! Que lindo ele está, grande, falante, figura! Encontrei também as lágrimas de emoção da karina, minha irmã de alma, e o abraço sincero do Lê! Sensação indescritível reencontrá-los, ainda mais em terras tão distantes. Foram dias maravilhosos. Nos três primeiros dias eu e Karina íamos dormir depois das 4 da madrugada... hahahah... conversamos mais do que o homem da cobra, como diz o ditado! rsrsrr... Mas Karina mexeu completamente com meus sentimentos nesta viagem. Numa das conversas da madrugada ela cutucou minhas feridas até quase sangrar, sabe? Sabe aquelas verdades que só amigo de verdade diz pra gente? Coisas que a gente fica tentando esconder da gente mesmo, se auto enganando... e dai chega alguém e puxa aquela máscara sem dó e nem piedade??? Pois é, tratamento de choque... hahahah. Mas foi providencial, porque ela me fez rever alguns conceitos, já empoeirados, envelhecidos e doentes.



EUA é um show, gente! Não é a toda que é a primeira potência mundial. Fiquei encantada com a organização das cidades, as facilidades e praticidades que se tem acesso. Um dia antes de ir embora, Karina e Lê me levaram pra conhecer Chicago. Nossa, Chicago é demais! A cidade respira modernidade e diversidade cultural e artística. Adorei, adorei, adorei! Mas eu sei que foi tudo tão legal porque eu tava com eles, que foram maravilhosos em todos os momentos. Não adianta, o Milton Nascimento sabia muito bem das coisas quando criou em uma de suas músicas a frase: AMIGO É O MELHOR LUGAR. Eu podia ter ido visitar a Karina na "Conchinchina" que ia ser maravilhoso do mesmo jeito.



Fui também pra Nova York no final de semana passado, último findi longe de casa. Foi legal e não foi. Fui numa excursão da escola, com aquela criançaaada, uma espanholada danada que dava até aflição. Mas fui sem conhecer ninguém e não passou disso. Acabei ficando na minha porque minha energia acabou não batendo com ninguém. Fui pra NY sem um puto e a galera numa fissura pra comprar, comprar, comprar... nossa, maior consumismo exarcebado! A programçao da excursão foi 50% voltada pra compras, na Time Square e em outros centros de compras gigantes. Unica coisa que comprei em NY foram dois imãs de geladeira, rsrsrsr... fiquei um pouco incomodada com a fissura das pessoas em comprar, sabe? Nossa, me senti mal. Talvez por isso a minha energia não tenha batido com ninguém. Queria ter estado em NY com algum amigo querido, como a Karina ou tantos outros amigos que com certeza fariam esta viagem ser beeeem mais interessante. Mas foi legal sim, talvez eu precisasse também deste tempo sózinha comigo, né?



Ana e suas coisas! Gente, fiquei perdida no Central Park! Nossa, coisa mais louca. Eu entrei no parque, meio de leve, só pra conhecer e depois ia procurar o museu do John Lennon que eu tava louca pra ir. Só que o Guia não me deu informação direito, ou deu e eu não entendi... vai saber, em inglês isso é sempre possível! Ai fui que fui me achando, quando eu consegui sair do parque tava em outra ponta longíssimo de onde era o ponto de encontro da excursão, e eu tinha só uma hora pra voltar, sendo que eu tinha levado duas pra chegar até ali. Nossa, sufoco! E o pior, eu tinha dois dólares na bolsa... dai parei um taxi e perguntei se ele aceitava cartão, aceitava e fui. E eu não conseguia explicar pro motorista onde era o ponto de encontro da exursão, aaaafe... caipira em Nova York é problema, hein! hahahah... mas aí ele passou em frente e eu reconheci o lugar. Aleluia! Aventura... depois que passou e cheguei no ponto, me deu um acesso de riso de mim mesma, nossa, coisa engraçada depois, mas na hora foi desesperador.



Então gente, mas é isso aí! Minha aventura no Canadá tá chegando ao fim. Já sinto saudades antecipadas da Kênia, do Darren e muuuuuuuuuuita, mas muita mesmo do Lucas! Nós dois tivemos uma empatia visível e inexplicável. Lucas despertou sentimentos muito bonitos em mim. Reforçou minha fé na vida, nas pessoas, em Deus! Com ele lembrei com saudade da Ci e da Bia bebês, da sensação maravilhosa de pegar uma vidinha tão frágil nas mãos e de poder protegê-la, acariciá-la, sentir aquela pele maciiiiia e aquele cheirinho tão próprio dos bebês... aaaai, foi muito gostoso. Eu aprendi a amar esta família e hoje me sinto um pouco parte dela também! Jura, Cid, Daniel, Ieda, bebezinho que vem por aí, Leila, Will, Jane, Kenia, Darren, Lucas e até os que eu não conheço, Acir Junior e Pateras!! Meus amigos de alma, sentimento bonito e completo. Fico pensando como a vida vai traçando nossos caminhos e como uma coisa vai levando a outra. Umas pessoas se vão, outras chegam... com cada uma aprendemos alguma coisa, por menor que seja, mas que nos marca por toda a vida. Aqui no Canadá não fiz muitos amigos, mas os que fiz, vou levar comigo de um jeito muito especial. Cassinha querida, Ali, Josy, Perla e Avi e minha familinha, Kenia, Darren, a querida da mãe do Darren e o Lucas. Poucas e boas pessoas. Mas que fizeram eu me sentir, de alguma forma, especial.



Valeu tudo muito a pena, e vai continuar valendo... porque, com a bolsa dourada, ainda tem muita água pra passar por debaixo da ponte.