quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pequenos (grandes) milagres...



No final de semana passado vendi meu primeiro quadro. Esta foto que está aí em cima. Acordei no sábado de manhã com uma mensagem da Ju: "Vendemos um quadro! Uhu!"... bonitinha! Gostoso a gente sentir a torcida de quem gosta da gente, né? Aí fiquei numa curiosidade tremenda pra saber qual quadro e pra quem tinha sido vendido. Porque eu sou daquele tipo de "mãe muuuuito coruja" com meus trabalhos, sabe? Chego a ser ciumenta! rsrs... respondi a mensagem perguntando: "Quaaaaaal? Queeeem?" rsrsr... mas ela não respondeu. Ah beleza, segurei a ansiedade. À noite quando cheguei no Bar dos 2, ela veio logo falar comigo com o dinheiro na mão, toda feliz! É claro, já pedi o relatório. Daí a Ju me mostrou a pessoa que tinha comprado o quadro, e eu fui lá agradecer e conversar um pouco. Quando cheguei vi que a carinha era conhecida e, quando o reconheci, fiquei emocionada. O comprador é filho de uma ex-ajudante da minha mãe, que ela adoraaaaaava, a Maria! Uma criatura doce e meiga que nos ajudou muuuuuuuito na vida, quando éramos crianças. Minha mãe foi, inclusive, madrinha do casamento dela, e eu e a Cristi, minha irmã, fomos daminhas de honra. Olha isso! Que coisa bonita e significativa. Mas o fato é que o Fernando (o comprador) adquiriu o quadro pra presentear a irmã que está morando no Canadá, e que deve ter muitas saudades do lugar onde ela nasceu, né? Que lindo!  Êita, comecei bem, rompendo fronteiras. Que belezura!

Sabe, eu sempre quis tocar, de alguma forma, o coração das pessoas com o meu trabalho. Eu tive este sentimento em toda minha carreira, até chegar aqui. No caso dos quadros, fico pensando que o meu olhar vai, de algum jeito, levar um pouco de beleza e saudade pras pessoas que são daqui e foram embora, ou que apreciam tanto a nossa cidade que querem ter a imagem ao alcance dos olhos... essas viagens! Mas dessa vez eu é que fui tocada. Fiquei feliz demais que a venda dos quadros tenha começado assim. Fiquei tocada pensando nas voltas que a vida dá e em quantos pequenos milagres passam despercebidos aos nossos olhos, diariamente.

A ideia de produzir os quadros veio tão de repente... como tããããão de repente, quando percebi, já estava lá os enquadrando. Foi assim, pá-pum! Coisa de dois ou três dias. Eu acho que isso é coisa de ariana que quer ver a coisa acontecer logo e que não tem paciência pra banho-maria. Eu me espanto às vezes com a minha impulsividade... rsrsr!  Tenho até medo das coisas que eu penso... porque quando eu penso pra valer, o trem acontece, seja um trem bom ou ruim. Isso é também um pequeno grande milagre que Deus nos deu: o poder de criar a nossa realidade. Eu tenho ouvido falar taaaaanto disso ultimamente, que chego a desconfiar que o universo está querendo me mostrar que está na hora mesmo de aprender a cuidar direitinho do que ando pensando. Muita responsabilidade! Muita responsabilidade escolher o que pensar, o que querer, o que sentir.

Toda ação sempre terá uma reação, e quem comanda se será uma reação boa ou ruim, é nosso livre arbítrio. O tal do poder da escolha... difícil!

É gente!!! A vida está nas nossas mãos, como um grande milagre! Vamos pensar nisso.
Vamos pensar certo. :)
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Aproveitando a carona do post pra fazer uma propagandinha da mostra. Quem ainda não viu, vamos lá!


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entre cartuchos e insights






Tenho reservado algumas horinhas do meu dia pra ajudar na produção de cartuchos pra Festa de Santo Antonio, em benefício à Casa da Criança de Pedralva, que vai acontecer no feriado de junho (7 a 10). A Márcia teve a linda ideia de montar uma Oficina de Cartuchos pra resgatar esta tradição, ensaiando tristemente pra ser esquecida pelas futuras gerações. É lindo ver nos dias de Oficina o aprendizado passando das mãos experientes e talentosas da Tia Nilza, Dona Marinês, Tia Zuza, Lena do Zé Arnaldo, para algumas curiosas adolescentes e jovens quarentonas (queném eu!), como um pedacinho da história dos nossos antepassados, de tanta gente que já foi embora deste planeta... uma cultura que um dia foi tão rica e valorizada em tantas esquecidas barraquinhas, quermesses e festas de santos!

Em meio aos papéis crepons (e de seda) coloridos, colas e tesouras, encontramos harmonia, alegria e bem querer. As tardes na Oficina são terapêuticas. São mágicas. Como é gostoso cortar papel e não pensar em nada! Gente! Isso faz muito bem! Aí de repente você tá lá perdida no pensamento vago e escuta uma deliciosa gargalhada que te estimula a rir também, sem nem saber o motivo de tanta graça. Essa é a delícia da Oficina!

No primeiro dia com as "cartucheiras" eu vim com um papinho xôxo pra Marcia: "Eu fico só na fotografia Má, num tenho jeito pra essas coisas, tá bom?". Ah, tá bom então. Mas no segundo dia fui abduzida pelo colorido dos papéis e pela vontade incontrolável de experimentar! Olha que palavra linda: EXPERIMENTAR!!! Ah, não custa tentar, né? E quando comecei a cortar os papéis foi me dando uma leveza e uma vontade de não parar nunca mais! A concentração que a gente fica é praticamente uma higienização da mente. Nesse momento, os poucos pensamentos que temos, pelo menos no meu caso, foram insights de coisas da vida.

Quantas idéias pré concebidas, teimosias, preconceitos e falta de conhecimento de si próprio nos impedem de experimentar coisas novas nessa vida, num é mesmo? De onde eu tirei a ideia de que não tinha jeito "pra essas coisas"? Tem que ver como eu corto fininho e certinho os papéis que vão se transformar nos pomposos cartuchos! rsrsr...É claro que eu não me tornei uma sumidade no assunto do dia pra noite, e nem quero! Mas o que eu quero é estar aberta pras coisas que eu "penso" que eu não sou capaz de fazer, de criar, de tentar, de viver. Isso sim eu quero! Mais do que ajudar um bocadinho a Casa da Criança com a produção dos Cartuchos, essa Oficina tá mesmo é ajudando a gente a ajudar a si mesmo!

Coisa linda.

Beijos!

sábado, 12 de maio de 2012

Minha mãe e minha mãe...



Perdi minha mãe com 11 anos. Com ela perdi a auto estima, a fé, a confiança em mim mesma e na vida, por muuuuuitos anos (e olha, vou te contar, deu o que fazer pra recuperar isso tudo! Na verdade nem sei se consegui tudo ainda!).

Uma mulher linda de 42 anos, espantoso, tô quase chegando lá, e hoje fico assustada em pensar quantos sonhos e vontade de viver ela deveria ter, quando o teimoso coração dela teimou em "enguiçar". Até hoje carrego um grande vazio que a falta dela causou. Quem me vê  "quase sempre" alegre não imagina o tamanho da dor que teima em nunca ir embora. A diferença é que aprendi a conviver, forçosamente.

Mas por outro lado, logo que perdi minha mãe, ganhei outra, instantaneamente: meu pai. Meu pai é a luz da minha vida! Nós tivemos muitas dificuldades de relacionamento na minha adolescência, porque depois que a mamãe morreu eu me tornei a adolescente mais rebelde de todos os tempos. Dei um trabalhão pra ele, tadinho! Mas ele NUNCA desistiu de mim. E eu acho que isso que é amor verdadeiro, né?

Então, neste dia das mães, eu não poderia deixar de homenagear estas duas grandes pessoas da minha vida: minha mãe e minha mãe: Dona Cibele e Sr. Antonio.

Obrigado por tudo, sempre, viu?

Muita saudade!
Muito amor!


terça-feira, 8 de maio de 2012

Andanças e novos ângulos...




Semana passada foi uma semana mega agitada pra mim, mas um agito calmo, gostoso,  porque aqui em Pedralva a gente corre devagar! rsrs... É bem assim mesmo! Fiquei envolvida com os preparativos pro aniversário da cidade e me entreguei a uma das coisas que eu mais gosto de fazer: fotografar! Fizemos uma exposição de fotos antigas de Pedralva, com imagens comparativas do antes e depois, então saí por aí pra fazer as fotos atuais junto com o Ricardo. O "por aí" foi mega legal, porque subimos morro, a torre da igreja, entramos em casas altas, tudo procurando pelos melhores ângulos. E olha, vi coisas lindas! Às vezes a gente tem que sair mesmo do lugar comum pra ver as coisas de um jeito diferente, né?

Fiquei pensando muito nisso quando vi Pedralva de cima da torre da igreja. Lá em cima me lembrei do acampamento da semana santa, quando fizemos o contrário do que costumamos fazer nos tradicionais acampamentos desta data. Fomos ver a Pedra Branca de cima de um morro, em frente a ela. No começo confesso que fiquei resistente e frustrada com a ideia, porque tava com uma saudade danada de ficar lá imóvel, em cima da pedra, escutando o barulhinho do vento e me perder olhando praquele mar de montanhas tão maravilhosas, que limpam a mente da gente de qualquer pensamento que não seja bom. Mas, mesmo resistente, fui na onda da moçada. E olha, a única coisa que consegui fazer ao chegar em cima do morro foi me calar.  Coisa mais linda ver a danada de frente, toda imponente e graaaaaaande, linda, maravilhosa! Fiquei emocionada! E o acampamento foi tudo de bom, divertido, gostoso e DIFERENTE.

Mudar a perspectiva é saudável. É importante. Necessário. Tem tanta coisa na vida da gente que teimamos em ver por um lado só, né messs? Às vezes as coisas não saem exatamente como queremos e o que a gente faz? Fica ali insistindo, em vez de mudar o ângulo, olhar do outro lado, subir na igreja.

As coisas do outro lado podem ser  melhores do que a gente imagina, mas tem que ir lá pra ver.

Beijos!