segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

E a gente vai mudando...

Hoje, véspera de natal, eu quero desejar, pra todas aquelas pessoas queridas que são importantes na minha vida, uma única coisa: MUDANÇA! Mudança interior, mudança de ideias, mudança de visão, mudança de astral (de ruim pra bom, é claro! rsrsr...), mudança de tudo aquilo que não está bom na vida, mudança, mudança, mudança!!!  Mudar é vital. Necessário pro nosso crescimento. Expansão da mente, do coração, do espírito. Mudar é a gente dar o braço a torcer que não  somos donos da verdade e que, na verdade, a gente não sabe é de nada! Mudar é reconhecer que erramos, que taaantas e tantas vezes agimos errado por precipitação, por ansiedade... por impulso. E mudar é mostrar que a gente tá aprendendo esse caminhão de lições que a vida traz. E olha, se a gente reluta, ela vai nos instigar insistentemente, porque a vida nunca desiste da gente... ela quer nos ver melhores. Transformados. Conscientes. Destemidos.

Eu mudei no ano passado a  minha visão de natal. Durante muitos anos (muitos mesmo), natal pra mim era a coisa mais triste que tinha no ano. Nossa, ia chegando lá pro meio de dezembro o coração já começava a apertar. Vish, 24 de dezembro eu só queria que um buraco imenso e aconchegante se abrisse embaixo dos meus pés pra pular nele com o maior prazer e sumir do mundo. Só que a gente tem que representar papéis na vida né? E assim fui engolindo o natal "guéla abaixo", pra não desagradar ninguém. Mas por dentro era só vazio, e muita solidão. A verdade sabe qual que é? É que era muito triste passar o natal sem a minha mãe, nunca soube admitir isso, assim, com todas as letras. Mas é isso. Hoje eu admito. Eu me abri pra mudança e passei a ver que a minha família tem muito valor, tanto quanto a minha mãe, e que eles estão VIVOS, e precisam ser curtidos e aproveitados ao máximo. Então o vazio deu lugar à alegria de estar com eles. De viver o que a vida nos dá. E o natal passou a ser aquela coisa gostosa de curtir filhos, sobrinhos, pai e irmãos, de dar risadas, de passar tempo juntos e celebrar o real significado desta festança. Depois de 28 anos eu começo a aceitar a partida da Dona Cibele. Essa é uma mudança importante. Aceitar a vida e os planos de Deus, por mais doloridos que sejam, é um exercício muito necessário de desapego. É virar pro cara lá de cima e dizer: "Tá bom, então é assim? Eu aceito, cara! Deixo nas suas mãos. Mude o que for preciso, mas cuida de mim!".

Família, amigos, amores... queridos! Que a mudança seja a companheira de todos vocês nestes novos tempos. Peço assim, publicamente, perdão pra qualquer pessoa que eu tenha magoado de alguma forma e perdoo também, de coração aberto, algumas puxadas de tapete, pisadas na bola e mais algumas coisitas...

Um beijo meu, com todo amor, pra cada um.

E que venha, sempre bem vinda, toda e qualquer mudança!!!!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Devaneios no Centenário


Sábado passado acordei bem cedinho porque tinha uma reunião de trabalho e levantei mais cedo pra acordar direito. Eu sempre sou muito lenta na primeira hora da manhã, tenho que fazer tudo beeeeeeem devagar pra ir acordando aos poucos. Gosto de ter tempo pra meditar, pra orar, pra tomar café com toda paz e sossego que eu mereço! Odeio essa coisa de acordar e já sair correndo. Isso, definitivamente,  não combina comigo. Mas aí, quando desci pra preparar meu café tive a agradável surpresa em encontrar o Jornal O Centenário embaixo da porta da sala. O Centenário é o único (e persistente!!!)  jornal mensal de Pedralva e este mês o Chinho (um dos fundadores do jornal), que é uma das pessoas MAIS SENSACIONAIS que eu conheço, me convidou pra ter uma coluna fixa lá, no mesmo jornal onde comecei a escrever com 15 aninhos de idade.  E como que eu ia negar um convite desse homem maravilhoso, que foi quem me deu, lááá atrás, com maior carinho do mundo, a oportunidade de experimentar uma profissão: a profissão de jornalista, que grudou em mim e não saiu nunca mais! Me lembro, como se fosse ontem, da emoção que era escrever o "Ponto de Partida", uma coluna com pequenas notas sobre acontecimentos da cidade. Eu "me achava"!!! rsrs...

Bem, introduzido o assunto, resolvi postar aqui também  os textos da coluna "Devaneios em prosa", pra quem não é pedralvense e não tem a oportunidade de ler o nosso jornal. 

Beijos e espero que gostem!

Devaneios em prosa

A responsabilidade de cada um

Olá leitores queridos do Jornal O Centenário! Recebi, com muita alegria, o convite do Chinho pra estrear uma coluna fixa aqui no jornal. Um convite que, aliás, me chamou à responsabilidade. Para quem não sabe eu sou a jornalista responsável pelo jornal já há muitos anos, mas por compromissos profissionais, por não morar em Pedralva e mais outros motivos, nunca pude contribuir com o Chinho e Edinho na produção do jornal. Me sinto em débito com eles e vou tentar ir pagando as minhas “dívidas morais” com esse nosso bate-papo mensal. Prometo!

Vamos lá então, né? Pôxa... acabou o ano. Que ano rápido, intenso e feliz que eu tive! Neste mês faz um ano que voltei a morar em Pedralva. Consegui um trabalho que poderia fazer à distância, então não pensei muito e decidi com muita alegria no coração: vou voltar pra minha terra e começar a viver, ao invés de só sobreviver! Depois de 15 anos morando fora voltei pras minhas origens, pra minha gente querida, pras minhas montanhas tão inspiradoras. Parece que voltei a ser criança, a olhar tudo com “olhos de primeira vez”. Pedralva, de repente, se mostrou tão linda e atraente pra mim, como quem pedia: “Por favor, me mostre pra todo mundo! Mostre o quanto sou bonita. Mostre meu potencial. Desperte o olhar dos meus filhos!”, e foi exatamente o que tentei fazer o ano inteiro através das minhas fotografias. E foi muito surpeendente ouvir muitas pessoas, ao olharem para minhas fotos, dizerem: “Nossa, nem parece Pedralva!”. Olha só que coisa! Como nosso olhar fica apático quando nos acomodamos e esquecemos de olhar com “olhos de enxergar”, não é mesmo?

Além das paisagens, neste ano pude observar também, com outros olhos, o desenrolar da vida na nossa pequena cidade. Vi, com preocupação, mas enxergando oportunidades, o quanto Pedralva é desvalorizada, incompreendida, mal interpretada e às vezes, até desprezada por grande parte dos pedralvenses que vivem aqui. Porque será que é preciso a gente ir embora, conhecer a vida em muitos outros lugares, pra descobrir e entender o quanto nossa cidade é maravilhosa e merece nosso respeito e esforço para ajudá-la a melhorar? É claro que é natural que, quem nunca conheceu a vida fora daqui, ache que “tá bom do jeito que tá”, que aqui nunca vai mudar e que nada aqui vai pra frente... mas tem muita coisa pra melhorar sim, né? E é claro que tudo poder ser muito melhor do que já é, sem perder a essência!

Outro dia fiz uma pequena observação numa foto minha de Pedralva que postei no facebook que dizia assim: “A gente ama ela assim! É claro que queremos muito que ela evolua em muitos aspectos e precisamos, inclusive, lutar por essa evolução. Mas por outro lado, queremos também que ela continue sendo essa menina encantadora, simples e natural, sem sofrer consequências de um progresso forçado e desestruturado. Porque a magia de Pedralva está nessa gigantesca pequenez! É isso que dá amor na gente!”.

É isso. Ela pode continuar pequena, mas ela poder ser melhor!!! Isso depende de mim. Isso depende de você! Então, se me permitem, quero deixar uma sugestão pro ano que vem, pra todos nós que vivemos aqui: vamos participar mais da vida da comunidade, dos conselhos municipais, vamos ser voluntários em tantas obras assitenciais que temos aqui, vamos encarar a responsabilidade que temos por fazer Pedralva ser melhor (Sim!!! Porque a responsabilidade é de CADA UM!)... vamos ser cidadãos de verdade, deixar de apontar tantos defeitos e ajudar a encontrar soluções.

Eu, particularmente, acredito muito em Pedralva. Sei que ela é uma menina de futuro e que ainda nos dará muito mais orgulho! Torço, com todo meu amor pela minha cidade, para que os futuros governantes que iniciam o mandato em 2012 saibam cuidar e valorizar “nossa pequena” como ela merece. Porque ela MERECE, não é mesmo, gente??

Beijos queridos e até a próxima edição!

Ana Bustamante


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Montanhas que trocam de roupa



Esse mês está fazendo uuuum ano que me mudei pra Pedralva! Olha só isso, gente! Foi ontem, foi de manhã, foi praticamente AGOOOORA! Que louco isso! Passou "rápidex", mas ao mesmo tempo, aconteceram tantas coisas, e parece que tô aqui há séculos. Confuso, não? rsrs... Ahhhhh, mas que delícia estar aqui, viu? Decisão tão acertada! Pelo menos até aqui foi. Viver esse verde, esse ar, esse silêncio... não tem preço. Praticamente um ano sabático, mas trabalhando. Queria viver muitos anos assim!

Hoje fiquei olhando minhas "trocentas" fotos... como fotografei esse ano, nossa! MUITO! Vi tanta coisa com "olhar de primeira vez", me deliciei com plantas, animais, paisagens, gente... montanhas!! Ah, minhas montanhas! Brinquei muito de trocar roupinhas nelas! Sabe aquelas brincadeiras de meninas, com bonecas de papel, que a gente trocava só as roupinhas? Hahah... eu amaaaaaava as bonecas de papel! Então... o céu foram as lindas roupas das montanhas. A mesma montanha e muuuuitos céus! Amanhecer, entardecer... chuva, sol... AZUUUL! E as nuvens? Como fizeram parte do meu ano, hein? Me achei nas nuvens... me perdi nas nuvens... desenvolvi mais um bocadinho meu olhar e parece que me curei de uma apatia ocular que andava tendo nos últimos anos de sobrevivência na "selva de pedra".

Essa troca de roupas é bem a cara da vida da gente... nós a montanha, as roupas a vida mudando a todo instante. Um dia uma roupa linda, outra leve, outro dia furada que só! hahahah... as passagens rápidas das roupas sensuais... hum... gostosas que só! As roupas pesadas, frias, opacas. Roupagens... transitórias, efêmeras. Montanha é sempre montanha! Nossa essência é isso, né gente? Podemos trocar quantas roupas forem, passar por situações incontáveis, mas a nossa essência, aquilo que a gente é de verdade, de bonito e de feio, é a gente e pronto. E ponto.

Montanha aqui, montanha lá... mas sempre montanha. Roupas são sempre sopradas pelo vento. A tristeza se vai e dá lugar à alegria, o amor acaba e vem a saudade, a saudade evapora e deixa chegar a liberdade e a leveza... tudo sempre com o toque mágico da escolha, que é quem adianta ou atrasa a troca de roupas.

Tomara que minha próxima troca de roupas permita que eu consiga continuar morando aqui. Nem sempre queremos trocar, mas uma hora a roupa pode não mais nos caber, num é messs? Mas seja lá o que for peço muito ao universo que mantenha meu olhar atento às coisas lindas que consigo ver e sentir, pelo menos até quando a troca de roupas inevitavelmente não for mais necessária.

Mas mesmo assim, sem as roupagens dessa vida, que delícia pensar: "A montanha vai continuar sendo montanha. Eternamente.".

Beijos cheios de devaneios!!