domingo, 6 de outubro de 2013

Mostra cultural - orgulho da nossa gente!

Semana passada eu participei da abertura de mais uma edição da Mostra Cultural de Pedralva, que foi marcada por uma deliciosa serenata pelas ruas da cidade. Fiquei muito emocionada em cantar pelas ruas da "Pedralina", embaixo de um céu lindo, lindo, com pessoas tão queridas num coro cheio de bons sentimentos... o coração ficou exaltado, cheio de paz e alegria... enfim, até pensei em escrever um post, mas esperei pra Mostra rolar, que eu escrevia depois. Mas não dá pra esperar mais essa coisa linda terminar pra contar pro cêis o que eu senti. Pra quê economizar palavras quando elas estão loucas pra sair de dentro da gente, né messs?

Ontem, no segundo final de semana da Mostra Cultural, rolou o Festival da Canção. Pára tudo. Gente, o que foi aquilo? Que ES-PE-TA-CU-LAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!!  Que delícia ver a  nova geração chegando aí com tanto talento e "jeito pra coisa". Exalando tanto sentimento bom. Sabe, eu vou confessar uma coisa, eu tenho uma relação muito conflituosa com Pedralva. As vezes eu amo muito, até exageradamente (chegando à beira do bairrismo) e outras me dá nos nervos viver aqui. Acho que todo mundo que já morou tempos fora tem um pouquinho disso, né? Mas quando eu vivo uma noite como a de ontem meu ser fica completamente inundado pela confiança de estar fazendo a coisa certa. Eu não poderia estar vivendo em outro lugar que não fosse nessa cidade, que é linda principalmente pelas pessoas que a habitam. Eu tinha que estar no meio de gente sensível, que gosta de mostrar que gosta, que abraça apertado, que se importa... que vive a arte de um jeito diferente. Estar ali no Festival, ouvindo o que eu ouvi e encontrando as pessoas queridas (muitos abraços deliciosos) que fazem o sucesso dessa cidade e deste evento, é meio que "voltar o namoro" com Pedralva, voltar a acreditar em tudo de bom e de bonito que o lado sombra da city encobre.

Olha, e que bom que a gente tem gente que "arregaça as mangas" e faz as coisas aconteceram aqui! Muitos aplausos pro Rafa, Dio e João Cesar que organizaram tudo com tanto coração e comandaram os voluntários que trabalharam no festival com maestria! Cada um é sempre importante, cada pessoa que se doa um pouquinho pra coisa acontecer lindamente faz parte do sucesso, que tocou tanta gente ontem. É essa liga maravilhosa que faz a diferença!

E para os compositores e interpretes de ontem... que coisa linda, viu? Muitos, muitos, muitos, muuuuuitos parabéns meeeeeeeeeeesmo! Cada apresentação teve sua magia e todas merecem reconhecimento, independente de premiação.

E o gostoso disso tudo é saber que TEM MAIS! Fim de semana que vem vamos todos pra praça, vai ser lindo, principalmetne porque eu sei que vai ter um monte de gente dedicada trabalhando muito pra isso. Aproveito aqui o post pra divulgar a programação, quem ainda não provou o gostinho de ter orgulho da nossa gente, está em tempo!

Deixo aqui meu beijão pra todos os envolvidos e minha gratidão por viverem resgatando o meu amor por essa terra!



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Desamor próprio... quem nunca?

Pensando aqui... quantas vezes negamos amor a nós mesmos sem nem perceber, e o que é pior, sem nem querer. Negar amor pra gente mesmo às vezes vem mascarado, escondidinho atrás de coisas aparentemente boas, muito boas, gostosas, muuuuuito gostosas ( e são tantas, né?) ... sensações, prazeres, gula, excessos, alegria efêmera, com hora marcada pra terminar. Nunca tinha parado pra pensar nas infinitas formas de desamor e hoje na ginástica me veio isso na "caixola" e fiquei muito afim de escrever sobre... sem querer dar lição de moral e pregar a necessidade de amor próprio. Longe disso. É só uma auto análise compartilhada.

Negamos amor pra gente quando não cuidamos do nosso corpo, da nossa saúde, comendo e bebendo excessivamente, ignorando os sinais do nosso organismo de que o "entrar" está passando dos limites. Frequentemente estamos nos desrespeitando, seja pela boca, pelos ouvidos, pelos olhos e por todos os nossos sentidos. Comendo alimentos sem qualidade, ouvindo assuntos desnecessários que não nos acrescentam nada de positivo pra vida, vendo porcarias na televisão e internet e, assim, nos permitindo viver a violência desenfreada que assombra a sociedade, deixando assim levar-nos pela energia coletiva, às vezes tão densa e desequilibrada, que anda dominando o mundo ultimamente. Lembrando que viver nessa energia ruim é uma escolha, e se é uma escolha , é também uma forma de desamor.

Nos desamamos quando toleramos pessoas que nos fazem mal, quando insistimos na convivência doentia. Quando vamos contra nossa vontade própria só pra agradar aos outros. O amor falta também quando nos boicotamos, deixando de tentar um novo amor, deixando de arriscar uma nova história. Nos distanciamos de nós mesmos quando nos achamos incapazes de conquistar, de surpreender, de despertar sentimentos nobres em outras pessoas.

A gente não se ama quando permitimos que as pessoas nos desrespeitem, brinquem com os nossos mais verdadeiros sentimentos... quando embarcamos em "barcas furadas" sabendo que aquele barco não tem a menor condição de navegar num rumo que vai nos trazer paz, alegria e amor, mas mesmo assim embarcamos, pelos míseros momentos de aventura e prazer que o começo da viagem vai nos proporcionar. E o trecho que vale à pena às vezes é tãããão pequeno! Enganamos à nós mesmos, nos iludimos e provamos com isso o quanto não nos amamos. Nossa, pensando assim eu vejo o quanto já me desamei... eu permiti todo o mal que já me atingiu.  Como que a gente deixa, né? Muitos auto-boicotes.

Mas tá bom, as coisas já melhoraram bem, hoje não permito mais... ou melhor, faço pelo menos um grande esforço pra não permitir que o desamor faça mais parte dos meus dias. São quase dois anos de mudanças nos meus hábitos, umas até radicais, e eu reconheço, não é mesmo fácil mudar, não é fácil se amar, mas se a gente não tenta, não vamos saber nunca o que é ter uma vida equilibrada. Hoje eu cuido e amo meu corpo como nunca tinha amado, me alimento bem (parei de comer carne, o que está sendo muito benéfico, diferente e surpreendentemente bom em muitos sentidos!), faço atividades físicas regularmente, respeito minhas preciosas horas de sono, cuido do meu bem estar espiritual, medito, rezo e confio que estou num caminho bom e saudável.

Olha só, hahaha... parece que estou fazendo propaganda de mim mesma... mas não é de mim, viu quem está lendo? É pra mim! Escrevendo eu vou encontrando respostas... já avisei lá em cima que é só uma auto análise compartilhada... rsrsr...

 Mas analisar isso tudo e chegar à algumas conclusões é assim... como posso dizer? Hum... é um sopro de novos tempos, de alegria real, de liberdade de ser, de amar... de se amar! E eu me olho  nesse momento e começo a perceber que está iniciando uma deliciosa paquera minha comigo mesma... e eu aqui torcendo pra virar um relacionamento daqueles bem bons! Vai virar! O casório vai ser o MÁXIMO! :)

E é isso...eu vejo que a vida não é perfeita, nada é sempre igual, os dias não vão ser sempre bons, mas podem ser saudáveis e equilibrados, se a gente aprender a se amar... de preferência assim...
LOU-CA-MEN-TE!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Desconhecida íntima

Meses de silêncio... sumi, né? Pois é... tem umas fases que não consigo escrever. Eu acho que são as fases que sumo do blog e de mim também. Outro dia olhei no espelho demoradamente, olhei, olhei, olheeei e não me vi, até falei pra fulana que tava me olhando: "ei, devolve a Ana que você engoliu! Cadê ela?".  E é desse jeito mesmo, tem tempos que a gente se perde, se desconhece tanto, vai vivendo automaticamente, já não ri, não fala muito, não vê direito a vida que tá acontecendo lá fora, num lugar tããão distante do mundinho restrito que nos engole e nos insere numa solidão apática, sem cor e sombria. Quando identificamos essa fase robótica, se não damos bola.... hummmm, tem um longo precipício pela frente com desfechos que podem ser bem desastrosos. E tristes... bem tristes.

Quando a gente se desconhece, temos saudades de quem achamos que "fomos" e deixamos de ver graça nas coisas, nas pessoas, na gente mesmo. Quem nunca se sentiu assim, né?  E quando estamos vivendo essa parte chata do pacote da vida, que não é só cor de rosa, o universo manda mil sinais para mostrar a beleza de tudo, para mostrar o caminho pra gente se reconhecer e se encontrar, sinais que a gente insiste em ignorar até que... um vento, um rio, um sorriso, um abraço, um ombro, uma luz nos faz acordar! Ufffa...  que alívio sair deste pesadelo! Quando não acontece esse despertar a morte se apropria lentamente... porque viver longe de si, da essência que somos, sem ver graça numa criança arteira, sem se emocionar com uma música que te lembre um momento fantástico da vida, sem querer conversar horas com um amigo, sem rir até perder o fôlego, sem fazer planos, sem sonhar, sem ter o coração descompassado de amor... sem ousar, sem criar, sem se encantar com a natureza, com os sentimentos, com Deus... é não viver. O sumiço destes desejos e sentimentos apagam, gradualmente, a cor da nossa alma. 

Pedir socorro e colo não é vergonhoso, pode ser libertador, terapêutico... pode curar. Não é feio se perder, feio é não querer mais se achar. Consegui escrever hoje, isso pra mim é o começo da volta pra casa. Aos pouquinhos vou me achando e no espelho a moça que vejo já não é tão desconhecida assim... já me vejo lá, mas não gosto de tamanha seriedade. E só de não gostar já tá "morto de bom"! Não gostar de tanta seriedade é abrir os braços pra alegria voltar, mesmo que esteja longe e demore pra vir. 

E só de pensar que ela vai vir... e que tudo vai passar, já sinto a Ana de sempre sorrindo aqui dentro, louca pra dar umas boas gargalhadas!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Demonstrações silenciosas


Às vezes é difícil entender os outros. É difícil porque nos baseamos, ao olharmos para eles, na nossa maneira de olhar o mundo. Esquecemos que cada um é um ser singular, com as próprias ideias, sentimentos e jeito de ser. Eu confesso que demorei a entender o Jorge, marido da minha querida irmã (Cristiana). Ele não era muito de demonstrar afeto, não abertamente do jeito que “eu achava” que era o ideal e aí eu ficava pensando: “porquê será que ele é tão caladão e fechado assim?”. E com o passar dos anos esse meu conceito foi se dissolvendo e, foi justamente no dia em que ele morreu, que eu entendi tudo.

O jeito do Jorge demonstrar afeto era muito mais autêntico e verdadeiro do que palavras soltas ao vento. Ele nos agradecia e demonstrava o que sentia nos oferecendo as coisas que ele realmente amava fazer, como um belo de um frango caipira e muitos outros pratos, que ele preparava como ninguém! Ele vivia nos chamando pra almoçar na casa dele e, com o tempo, eu pude perceber o seu olhar de satisfação vendo a gente saborear as delícias que fazia. Era visível o contentamento! 

O meu jardim também ele adorava cuidar, tinha tanto jeito com a terra que tudo que plantava nascia que era uma beleza! Hoje no sítio onde eu moro temos várias árvores frutíferas plantadas pelo Jorge, um pedacinho dele que teremos até o fim de nossas vidas.  Demonstrações silenciosas e originais.

Uma grande lição pra mim. As pessoas se doam do jeito que elas sabem, do jeito que podem, do jeito que são... e eu, apesar de toda visão limitada, aprendi com ele que o bonito da vida é mesmo a gente aceitar os outros do jeito que são e descobrir o quanto são verdadeiras e importantes as infinitas e imperceptíveis formas de amar.

E pensando nele, em todas suas qualidades e nesse jeito simples de amar, escrevi essa reflexão, no dia em que o Jorge nos deixou:

... “Mas o que é uma vida bem vivida afinal? Talvez seja criar galinhas caipiras, patos e gansos com tanto amor como se fossem gente, fazer mudas de árvores com uma habilidade admirável que não tem pé que não cresça, amar a terra, cuidar da terra... plantar e colher com sucesso. Talvez seja cuidar dos filhos para que eles cuidem de nós, com amor e dedicação, até o fim... ter muitos amigos que nos amam, ter um trabalho pra se dedicar com afinco... adorar pescar... amar cozinhar e fazer um frango caipira tão gostoso que ninguém faz igual... saber escolher uma companheira que na dificuldade vai estar do seu lado pro que der e vier, até o último suspiro... Talvez seja gostar de tomar uma "pinguinha", porquê não?... Talvez seja morrer em paz por cumprir sua missão nesse mundo, rodeado pelos filhos, esposa, mãe, amigos e todos que o amam, mesmo que não seja fisicamente...


O Jorge nos deu um "até breve"... morreu sereno, sem sofrer, rodeado pela família e amigos. Em paz! 

Se despediu da vida bem vivida... sem espaço para nenhum "talvez".

Agradecemos a todos pelas orações, atenção e carinho”.


Obrigado por tudo, Jorge!

quarta-feira, 6 de março de 2013

A solidão nossa de cada dia

Hoje, lendo a notícia sobre a morte do Chorão, fiquei pensativa quando li que ele andava, nos últimos tempos, se queixando de solidão. Ninguém pode entender da solidão dos outros, não é mesmo? A gente só pode entender da própria solidão. É aquela coisa, cada um sabe onde o calo aperta, e como aperta... e como dói. Por isso, baseado no que eu entendo, vai o devaneio de hoje, não sobre o Chorão, mas sobre a solidão nossa de cada dia.

A pobre solidão já carrega com ela uma carga por demasia pesada... uma palavra incompreendida, ignorada e rejeitada, afinal de contas, quem quer, por livre e espontânea vontade essa "talzinha" acompanhando ou assombrando, dia e noite, né? Se pensar nesse peso, NÃO... ninguém quer. Mas se pararmos pra refletir que a solidão já nasce com a gente, no nosso universo individual e que, se bem aceita e compreendida, ela será uma companheira até que simpática e benéfica, as coisas mudam um pouco de figura.

Penso que quando a gente não se conhece direito, ou não gosta do que conhece, a solidão vira mesmo um "IMENSO MONSTRO VERDE ENGOLIDOR DE LÁGRIMAS", porque a solidão é nada mais, nada menos, do que estarmos completamente sozinhos com a gente mesmo... mesmo acompanhados. É nessa hora aí que a gente é obrigado a se olhar de frente... face to face. Aí que o bicho pega! Não é assim?

Eu já vivi a solidão de várias formas, jeitos, gostos e cores... uma diversidade que nem dá pra contar aqui tudo, mas fui sozinha desde ter que tomar todas as decisões na vida das minhas filhas, sem ter um filho de Deus pra  trocar uma opinião (confesso que muitas vezes por opção. Opção = orgulho!!), até participar de inúmeros jantares à luz de velas, com direito a um bom vinho e boa música, com uma única taça na mesa. E por aí vai... Já experimentei solidão com angústia, com tédio, com pavor... até que aprendi a solidão com prazer. Isso só aconteceu depois de muitos anos de convivência. Não sei dizer se ela me venceu pela insistência... tanto tempo juntas, né? rsrsr... mas só sei que hoje não é mais um peso.

Depois que eu resolvi me dedicar assim, muuuuuito, a me conhecer, ela ficou foi leve... e passei a entender, junto com ela, tantas e tantas coisas guardadas e um tanto empoeiradas aqui dentro. Hoje não tenho pavor de ser sozinha e sei que, mesmo que não estiver mais algum dia, a solidão nunca vai me deixar. E agora eu sei que eu preciso dela (será que fiquei viciada? Terapeuta, me ajuda! rsrsr...), preciso dela porque o autoconhecimento não termina nunca... e a solidão é um ótimo caminho para nos levar até a gente mesmo.

Talvez o Chorão não tenha tido disposição ou tempo para descobrir o lado didático e saudável da danada da solidão.Uma pena. Não sou fã, mas sou solidária a ele pela dor da solidão incompreendida, que já me foi tão familiar. Tomara que ele em breve encontre a paz e possa entender o quanto de benefício poderia ter extraído  dela. Fica aqui então o meu devaneio solidário a todos os solitários, felizes e tristes, deste mundão de Deus.




domingo, 3 de março de 2013

Daqui uns dias ele vem pra ficar...

A temperatura caiu no fim de semana. O friozinho chegou tão de repente... mas eu sei que ele ainda não chegou pra ficar. Foi uma surpresa gostosa ter que tirar o casaco do armário. Foi uma delícia ter que colocar uma meia e de repente, me ver encolhidinha num cantinho, tentando me auto aquecer... em todo aquele processo de acolhimento que nos lembra aconchego, preguicinha, sono e tudo de moleza gostosa que o frio traz. Já chegamos em março, e ele está só assoprando, como se fossem acenos sorridentes, aos poucos, para nos lembrar que em breve estará de volta.

Essa chegada repentina do frio, mesmo que seja só pra avisar que o inverno está se aproximando, me lembra situações difíceis da vida que chegam também sempre de forma repentina... sem aviso. A vida é uma coisa muito engraçada, pra não dizer, zombeteira. Os dias vão indo bem, tudo lindo e azul e assim, em poucas horas o vazio se instala, o chão se abre... a cabeça "zonzeia"... é a chegada do inesperado, do mau vindo, daquilo que muda a vida... sem aviso prévio... pra nunca mais ser a mesma.

Estamos todos suscetíveis, constantemente, à estas mudanças inesperadas de itinerário. Ninguém está imune.

O inesperado às vezes é ruim... mas não vamos também colocar toda essa carga tão pesada em cima dele, né? Às vezes também é bom. Às vezes é muuuuuuuuito bom! Como uma história de amor que começa também sem aviso prévio, quando a gente tá na maior bobeira do mundo. Uma pessoa que aparece na nossa vida do nada e que, em pouco tempo, já põe tudo de perna pro ar. Delícia ter tudo, de uma hora pra outra, de perna pro ar... Inesperado. Imprevisto. Mas que dá um colorido incrível pra vida da gente! ... uma chama, efêmera... e aí, quando o colorido está o máximo, o vento vem... sopra, sopra... sooooopra... e o amor segue seu fluxo natural, para outras montanhas... outros vales... em outra direção, bem oposta ao lugar onde a gente está. Como diz o Rubem Alves, existem aqueles que tentam "engarrafar o vento", e o amor fica preso, sem vida, sem ar... vivendo artificialmente (mas este é assunto pra oooooutros devaneios!).

Às vezes a gente fica até irritado com tudo de inesperado que não é legal. Mas uma coisa é certa: não adianta a irritação. A vida é feita de ciclos, tudo vai e tudo volta... e isso nada e nem ninguém pode mudar. O amor não pode ser engarrafado com o vento. O frio não pode ser permanente, porque outras estações precisam existir para manter a beleza que cada uma delas cumpre nas nossas vidas, nos devidos ( e corretos!) tempos. E o inesperado... ah, o inesperado! Esse vai sempre existir... quer a gente queira, ou não.

Daqui uns dias o frio vem de novo, pra ficar... pelo menos por alguns meses. Isso vai ser bom.
Daqui uns dias o amor também vem pra ficar... no tempo certo pra ser bonito.

E só por isso... já vale um belo sorriso de contentamento.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Zum zum zum desnecessário...

Ando irritada com tanto zum zum zum... Olha, vou falar uma coisa com todo o coração, eu amo Pedralva de paixão, mas tem umas coisas aqui que me tiram do sério! Meu Deus, como que tem gente que gosta de cuidar da vida dos outros! Parece que o tempo passa e isso nunca muda aqui. Fico indignada. Às vezes, pra viver bem em Pedralva, a gente tem que se fazer de surdo... ah, e de cego e mudo também. Talvez assim seja possível levar uma vidinha bem em paz, e é isso que eu tenho tentado fazer.

Mas agora vocês me dão licença que eu quero me expressar. Eu não sou nem a favor e nem contra o uso da maconha, o plantio da cannabis no quintal ou seja lá o que for. Eu sou a favor do respeito mútuo e muito contra a maledicência. E como o povo gooooosta de maldizer, né? Rir, zombar, e espalhar a desgraça alheia. Que coisa pequena. Pobre. Desnecessária.

Essa semana o facebook está irritante, nojento. Se essa ferramenta não fosse tão importante pra divulgação do meu trabalho, eu teria saído desse trem, de tanto desrespeito que eu vi e de tanto mau estar que me causou. Ainda bem que existem ferramentas pra você ir eliminando pessoas e filtrando o que é bom!!!! Ainda bem!

Pra encerrar o desabafo quero deixar aqui meu apoio e carinho às pessoas que são julgadas e malditas por uma sociedade hipócrita e que é incapaz de olhar pras próprias mazelas.

E fica uma reflexão:

Maledicência - não fale mal de ninguém

Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
Fala-se muito por falar, para "matar tempo". A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração".
(Texto extraído do livro "A Essência da Amizade" – Huberto Rohden* – EditoraMartin Claret).