quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A arte que me invade

Ouvi dizer que hoje é dia do artesão. Se não for verdade valeu pelo devaneio de hoje... rsrs... Quando vi no facebook dizendo que era, fiquei pensando nas surpresas boas e engraçadas .... e muito inesperadas que a vida manda pra gente de vez em quando. O artesanato foi uma dessas surpresas nunca imaginadas. Pois é, né? Acho que pra vida da gente dar certo e fluir com gostosura a gente tem mesmo é que não ligar e nem pensar nas nossas limitações. Quando que eu ia imaginar que minhas mãos tortinhas podiam pintar, fazer decoupagens e criar uma imensidão de coisas... é possibilidade pra mais de metro, gente! rsrs... Fico encantada e maravilhada em ver que de um pensamento, de uma ideia, intuição, de uma inspiração surge uma arte, uma peça que nunca existiu... como assim nunca existiu, né? Que coisa linda isso.

Eu sempre gostei de arte, mas nunca pensei que pudesse fazê-la!  Que pudesse ter esse poder criativo. A emoção que eu sinto desde o primeiro quadro  é exatamente a mesmo até hoje. Chega a ser engraçado, quando eu e a Daisy terminamos nosso dia de trabalho, ficamos um longo tempo silencioso "namorando e lambendo nossas crias", a gente se perde observando  e vagando em cada "detalhezinho' e acabamos rindo uma da outra com a nossa viagem, individual, mas sempre tão compartilhada! E tudo isso é "culpa" da Daisy, minha sócia e amiga iluminada, que me apresentou esse mundo encantado do artesanato. E nunca vou poder agradecê-la à altura por tamanha bondade, porque tudo isso  ( a arte) chegou numa das horas mais propícias da minha vida, quando eu mais me sentia uma ninguém.  Característica ímpar do lindo do artesanato: curar as tristezas da alma.

O artesanato não é a minha fonte de renda, poderia ser que eu ia ficar beeeem feliz, mas infelizmente estamos longe de chegar à uma valorização satisfatória. Mas ele tem o incrível poder de me manter dentro de mim, de me aproximar de quem eu sou, da essência mais verdadeira, que talvez  poucas pessoas tenham conhecido, mas posso dizer seguramente que é a minha melhor parte.

A Daisy me dizia sempre nos nossos primeiros tempos com nossa micro empresa "Arteiras in Box", que a pintura faz a gente esperar com mais doçura e confiança por tudo que queremos que chegue na nossa vida. Eu achava lindo quando ela dizia isso e pude comprovar a veracidade da teoria. Quando a gente se perde entre tintas, pincéis, colas, tesouras e caixas tiramos o foco de tudo aquilo que não está funcionando muito bem na vida da gente, e, ao tirarmos o foco, permitimos que o universo faça o que tem que ser feito. É uma alquimia, das mais bonitas que já vi.

Por isso hoje, no dia ou não do artesão, o meu melhor abraço, mais apertado e mais cheio de gratidão, vai pra querida Daisy que fez e continua fazendo uma bela obra de arte na minha vida!

E é claro parabéns pra todos os artesãos, artistas, músicos, desenhistas e outros de qualquer profissão, que tem a imensa felicidade de criar com a própria alma! E por isso, ganham de presente uma alma curada!

Beeeeijos!

:)






domingo, 16 de fevereiro de 2014

Chuva, chuvinha, chuvão!

Já fiquei seis meses sem chuva uma vez na minha vida, nos meus tempos quentes matogrossenses. Imagine o quanto isso pode ser desesperador! E pode apostar, é.  Em todo despertar a primeira solicitação feita em oração era sempre pra que a danada da chuva parasse de "graça" e desse logo as caras. Maaaaas, sobrevivemos. Agora no começo do ano vivemos uma pequena porcentagem da primeira escassez enlouquecedora, e sabe que pra mim foi ruim, mas não fez nem "cosquinha"! Sabe por que? Porque tudo de muito difícil que passamos na vida nos torna um pouco (ou muito) imunes a outros sofrimentos e aos muitos tipos de escassez que enfrentamos na vida. A vida vai engrossando a "casca" da gente, né? rs... é bem por aí.

Quando percebi os primeiros pingos da chuva que vieram  pra nos dar um gostoso fim de semana de aconchego e frescor, lembrei dessa comparação... aquela sensação de que tudo passa, de que as aflições que mais apertam nosso coração tem dia marcado para cessarem, do mesmo jeito que a chuva chega de mansinho sem avisar o dia que vem.

A chuva falha pra gente sentir falta dela! E falha porque é assim que tem que ser, e no fim das contas tudo isso tem seu valor.

O cheiro de poeira dos primeiros pingos, o barulhinho bom, o aconchego do cobertor e a delícia de se perder num dia molhado. A espera disso escassez nenhuma rouba da gente. Respirar e sentir paz. Abrir os olhos e ver a chuva e saber que o ciclo de tudo que é vivo, de tudo que é nosso, começa e se encerra sempre pra nossa evolução, em todos os sentidos.